SP1 deturpou a minha mensagem cobrando papel do jornal
Furtos e roubos em São Paulo: criminalidade aumenta, a mídia não cobra quem deve e EDITA mensagens exibidas ao vivo
Dia 27 de março, o SP1 (antigo 'SPTV - 1ª Edição'), fez uma matéria abordando o aumento de furtos e roubos de celulares em São Paulo. Foram mais de 200 mil casos somente no ano passado, segundo o monitor da violência do G1 em parceria com o Núcleo de Estudos de Violência da USP com o Fórum de Segurança Pública.
A sensação de insegurança atingiu níveis alarmantes, pela minha experiência, que morei em São Paulo por 10 anos e continuo frequentando a cidade. Eu mesmo sofri uma tentativa de assalto perto do metrô Vila Madalena, logo após testemunhar o assalto a outra transeunte, no cruzamento da Paulistânia com a Cristovão de Burgos. Semanas antes, um casal de amigos foi abordado por um grupo armado na escada do metrô Paraíso, levaram até roupa deles. Na Vila Mariana, existem relatos e vídeos de um motoqueiro que simplesmente entra nas lojas e toma o celular da mão das pessoas com a arma na mão. Outra amiga foi assaltada na rua de casa, no Itaim. Para não falarmos do maior terror dos roubos: as gangues de bicicleta que dominaram o Centro. Não são poucos os relatos de pessoas próximas e num período próximo. A sensação de insegurança é inevitável nessas condições.
Quando um jornal cobre uma notícia, principalmente uma que o coletivo já tem sentimentos tão fortes em comum, o mínimo que espero é que ele se comprometa com a prestação de serviços à população a que se propõe: cobrar das autoridades a resolução de problemas que afetam o dia a dia dos cidadãos. Não foi o que SP1 fez nessa reportagem e nem em outras.
Aproveitando a possibilidade de interagir com o SP1 utilizando a hashtag no Twitter, compartilhei minha insatisfação. Tentei não ser muito direto para não afugentar ninguém. Minha ideia era que as outras pessoas utilizando a hashtag vissem minha mensagem, que acabou sendo comentado ao vivo nos minutos finais do programa. O que seria muito legal, se eles não tivessem deturpado a mensagem.
Metade dos caracteres do meu tweet foram cortados e a essência da mensagem foi jogada fora. Nunca fui tão leviano e genérico num parágrafo que nem sequer fui eu que escrevi:
Há dias venho acompanhando o jornal, e é como se eles tivessem esquecido quem são as autoridades. Às vezes questionam a prefeitura e recebem uma resposta tão absurda que eu teria vergonha de veicular e encerrar a matéria como se ela tivesse uma resposta coerente. Mas é assim que eles fazem.
Lembram quando o nome "Haddad" não saía da boca dos jornalistas? Inúmeras matérias foram feitas cobrando o prefeito pelas coisas mais idiotas, como a ciclovia da cidade. Hoje, as pessoas nem sabem quem é o prefeito. A mídia tá cagando para isso. Aliás, o prefeito atual de São Paulo é o Ricardo Nunes, do MDB, caso você não saiba.
E eu queria ouvir da boca do repórter esse nome, Ricardo Nunes. Eu queria ouvir da boca dele que estão em contato com a Secretaria de Segurança Pública e não aceitarem qualquer resposta superficial. Que estão falando com a polícia que responde ao governador Tarcísio de Freitas. E eu só queria ouvir isso para termos mais um canal pressionando. Para quem assiste saber que os bois têm nomes. Para saberem quem são as tais autoridades, essa entidade intocável que faz porra nenhuma. Mas pelo jeito isso só voltará a acontecer se o PT voltar a governar a cidade e fazer ciclofaixas.
É sempre bom estar atento aos interesses por de trás de cada veículo de mídia. E agora sinto como se estivesse sendo enganado até mesmo pelo feed de mensagens expostas ao vivo. Qual a credibilidade dessas mensagens? Quantas não são editadas como a minha foi?