Não pude chorar com "Sociedade da Neve"
Como era de se esperar, "Sociedade da Neve" (2023) tem uma narrativa feita para fazer chorar. Uma construção de cenas mergulhadas em sentimentalismo. Não tanto quanto em "O Impossível" (2012), que segue invicto nesse campo como o filme que mais força alguém a chorar, mas o sentimentalismo exacerbado está lá e desta vez parece ter mais permissão e necessidade para isso.
A parte final conta com um recurso extra para arrancar lágrimas dos olhos alheios: uma trilha sonora triste e magnífica, que se destaca enquanto acompanhamos o desenrolar dos sobreviventes. Contudo, isso me tirou da imersão da história. Conheço essas notas de algum lugar...
Assim que subiram os créditos, confirmei. Michael Giachinno. O compositor também foi responsável pela trilha de outra produção envolvendo queda de avião e luta por sobrevivência, "Lost" (2004), da qual eu era viciado e considerava a melhor série desde "Arquivo-X" (1993).
Como bom amante de trilhas sonoras, "arranhei o CD" várias vezes. A trilha que acompanha a parte final de "Sociedade da Neve" me remeteu à faixa "Life and Death" da trilha de "Lost", a qual escutei tanto quanto "Oceanic 815", que colocava apenas para me lembrar dos emocionantes minutos finais da primeira temporada - bons tempos.
Sinto informar, Bayona, mas não chorei não. Entretanto, filmaço. A cena do acidente de avião é uma das mais incríveis que já vi, capaz de dar novos pesadelos aos traumatizados com "Premonição" (2000), e tão divertida quanto a do bobo "O Voo" (2012). Se fosse estadunidense, tenho certeza de que arrebataria altos Oscars.