Já estou com saudades das medíocres de Hacks

Oh, não, percebo que virei “órfão” de Hacks. Chateado que hoje vou dormir sem uma treta nova entre Ava e Deborah regada de piadas sociais.

Pôster de "Hacks": duas mulheres deitadas em estrada no deserto com formações rochosas ao fundo. Uma loira de óculos escuros e jaqueta azul, outra jovem de blusa laranja.
Adoro esse poster, acho muito badass (Divulgação MAX)

Terminei as quatro temporadas de Hacks e curti bastante, especialmente considerando que quase desisti no começo. Demorei para engrenar nessa dinâmica de velha babaca com jovem idiota. Mas fui ficando cada vez mais interessado conforme avançava e assisti às últimas 3 temporadas num ritmo e diversão crescentes.

A segunda temporada deixou os personagens mais interessantes. A terceira foi ainda melhor, gostei muito do final. (A cena do Damien chorando por não querer substituir o Marcus na vida da Deborah Vance foi provavelmente o momento que mais ri na série, achei tão genuíno kkkk)

A quarta manteve o nível, embora o final seja menos impactante que as temporadas anteriores, o conjunto da obra vale a pena. O penúltimo episódio lembrou Morning Show (aliás, ainda não vi a última temporada).

Gosto também da presença de convidados ilustres, como Christopher Lloyd, Jimmy Kimmel, Kristen Bell e, principalmente, Helen Hunt - fazia tempo que não a via.

Minha ressalva é que não gostei dos episódios terem uma duração maior. Preferia quando eram apenas meia hora.

Sobre os personagens: adoro o Jimmy e fiquei surpreso que ele é hétero, assim como o ator que o interpreta, Paul W. Downs (percebi que é uma surpresa para geral - coitado do gaydar do nosso inconsciente coletivo - e foi assim também que descobri que ele é uma das principais cabeças por trás do show!). Kayla é insuportável – por um breve momento, no fim da terceira temporada pensei que mudaria de ideia, mas não mudei.

Não que eu tenha acompanhado as demais séries, mas bacana que Jean Smart e Hannah Einbinder venceram o Emmy 2025. Elas são ótimas, e o discurso de Hannah Einbinder já valeu o prêmio. Que bom ter alguém com coragem de usar sua voz para o bem em Hollywood: "Fuck ICE and Free Palestine"

Na sequência do último episódio, postergando a despedida, emendei o especial “Hannah Einbinder: Everything Must Go”. Não sou fã de stand-up, meu repertório é baixo (provavelmente só pagaria para ver Bo Burnham ou Thiago Santineli), mas dei 3,5 estrelas no letterboxd.

Oh, não, percebo que virei “órfão” de Hacks. Chateado que hoje vou dormir sem uma treta nova entre Ava e Deborah regada de piadas sociais.

PS: acabei de descobrir que o nome da série em português é “Medíocres”, o que estou estranhando depois de quatro temporadas lendo “Hacks” na abertura. Então me dei conta que continuo sem saber por que “Hacks”? Uma breve pesquisa e aprendi que o título da série "Hacks" vem do termo em inglês "hack writer": uma expressão pejorativa usada para descrever autores que escrevem de forma rápida, sem muita inspiração, geralmente sob pressão e com pouco interesse artístico. Agora tudo faz sentido.

Gif do Logo do Cosmoliko, o planeta saturno, rabiscado