Eu sempre quis voar
Eu sempre quis voar. Era esse o poder que eu escolhia. Quando criança, olhava o horizonte e me via flutuando alguns pés acima do chão, e livremente minha imaginação me levava para longe, para atrás das montanhas, para cima das nuvens, para um mundo sem igual. Peter Pan em busca da Terra do Nunca. Espera, quem eu quero enganar? Eu faço isso até hoje! Olho lá longe e está de volta aquele menino avoado colocando em prática seus desejos impossíveis e incríveis, sentindo o sol na pele e tocando o algodão no ar. Uma vez que estive lá em cima em meus sonhos, mantive os olhos para o céu, rumo ao infinito, almejando para lá voltar.
Sexta-feira, 13, e eu aparentava 7 anos de idade. Parecia que depois de todas as vezes que eu apertei os olhos pensando em algo bom, finalmente Sininho jogou o pó mágico sobre mim. Eu estava nas alturas, contemplando uma pequena parcela da imensidão desse Universo. Diferente dos sonhos, dessa vez eu não apontei o olhar para alto, mas para a finita e solitária Terra, abaixo das nuvens, lar de todas as pessoas que eu amo, de tudo que eu conheço e pequena para tudo que eu acredito. Senti um imenso prazer ao perceber que antes de conquistar o cosmos, existem inúmeros lugares, coisas, pessoas e pensamentos me esperando para serem descobertos aqui, e que, ainda assim, a minha imaginação é o limite para até onde devo ir. E me senti feliz, por voar.
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