2016. Dois mil e fucking seis.
2016.
Dois mil e fucking seis.
Que porra de ano foi esse?
É até um pouco inacreditável, parei pra pensar sobre ele recentemente e me vi refletindo um período que na surdina se estabeleceu como o melhor ano da minha vida. Sério.
Foi nessas conversas de bar, que a gente fala dos tantos anos longe de amigos, do quanto a faculdade desgraçou nossas cabeças, do quanto envelhecemos e ainda assim temos tanto pela frente… Sabem, né.
Me veio aquele pensamento espaçado, enquanto a cerveja esquentava, o qual dizia que mesmo eu reclamando que meu pique já não é o mesmo, nada me impediu de retomar a vida social pós faculdade e semanalmente, variadas vezes por semana, me encontrar em situações inesperadas que somente o rolê boêmio tende a oferecer. E que eu amo, né.
Abaixa o copo na mesa, dá um sorriso comedido e escuta das bocas próximas que tantos a volta tiveram que enfrentar um ano de crise e a grana tá curta, além da situação política nacional e mundial. “Que desastre!”. Bem, caguei e andei pra política – mesmo que isso doa em algum eu passado. Na verdade, não deixei que a comunicação podre me afetasse, não fui pego de surpresa em nenhum momento e encontrei outros meios mais eficientes de politizar. E ainda que sabendo que a economia ta mesmo foda, senti que perdi um pouco do direito de reclamar quando tantos com quem eu me formei além de também não tramparem na área, recebem como estagiários e são infelizes com o que fazem. Porra, eu amo o que faço e trabalho em uma das agências mais incríveis que existem com pessoas que fazem a diferença no meu dia e com uma equipe da zuera que me enche de orgulho. Que conquista!
“Cuidado com o uso de palavras, não menospreze suas ações”. Lembrei da minha psicóloga falando pra eu não dizer tanto sobre ter privilégios e eu quase utilizei essa palavra pra finalizar o pensamento anterior – e assim, descartaria quase 6 anos de luta em São Paulo. Pootz, foi mal, é coisa dessa esquerda pós-moderna que adora categorizar pessoas e discussões, mas não aceita dialogar com grupos opositores. Tô me ligando de separar as conquistas dos privilégios. Valeu doutora. Aliás, tenho que agradecer também que fazer terapia ao longo desse ano me fez um bem danado. Hoje, eu tenho a ansiedade sob controle, uma relação com o trabalho muito mais saudável e meu olho não pipoca mais querendo explodir pra fora toda a angústia que me matava nos anos anteriores.
Caralho, tá se ligando o quanto esse ano foi FÁCIL? Pois é, deve ter vindo no pacote das conquistas. Em nem sequer uma única vez tive dificuldade para comer ou dormir. Se deixei de almoçar foi por opção e não falta de grana. Até parece distante o passado dos cachorros-quentes e dos miojos puros. E mesmo dormindo num quartinho que ultimamente me dá desespero, tenho uma cama e um colchão, moro bem e com os Ineses que amo.
Levanta o copo e dá mais um gole antes que ele fique intragável. O sorriso antes comedido já tá entortando a cara. É fim de ano e acabo de ser tio pela segunda vez de uma menina linda. Minhas irmãs estão de parabéns levando suas vidas e sei que, mesmo com a diferença de crenças, minha mãe sente orgulho de mim. Amanhã eu pego a estrada mais uma vez e finalmente conhecerei o Rio de Janeiro. Será a terceira vez que vou a praia só nesse ano – o que é mais do que eu já fui em uns 20 anos. A cerveja tá quente e tá tudo bem.
Brisa. Agora eu tô encostado na janela do ônibus escutando BRMC e vejo as luzes dos carros passando velozes em meio a escuridão, me lembrando tantos anos que superei. Me falando que precisa ficar registrado porque, mesmo sendo boring textão de fim de ano, será prazeroso ler o diário de bordo nos próximos dezembros.
Que ano. Fechando pra dizer que só existem dois objetivos para o ano que vem: alugar um quarto decente e tirar a primeira férias! O rolê vai ser lok0 e pode apostar que vai acontecer.
E ah, mermão, terei muita história pra contar em 2017!
E com muitas fotografias!
#2016